18 de abr. de 2010

O Bairro Ipanema

O Bairro Ipanema até o início da década de 1930 não passava de uma área rural de Porto Alegre. Ao contrário de regiões vizinhas como a Pedra Redonda, Cavalhada e Tristeza, Ipanema era uma região desabitada, sendo utilizada apenas para cultivo de arroz, aipim (a mandioca, como denominada em outras regiões do Brasil), milho, frutas, além da presença de gado leiteiro.
A ocupação teve início a partir da iniciativa de Oswaldo Coufal, comprando uma fração de terras de propriedade de Otto Niemayer com o objetivo de criar um loteamento no local. Tomou a iniciativa de prestar uma homenagem à praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, ao dar ao loteamento o mesmo nome.
Com a chegada dos primeiros moradores do loteamento surgiu a necessidade de construir uma igreja. A construção da Igreja de Nossa Senhora Aparecida tomou corpo a partir de 1937, com a forte presença de Dea Coufal, esposa de Oswaldo. A Igreja de Nossa Senhora Aparecida possui arquitetura ao estilo espanhol colonial. Hoje é o ponto de partida da tradicional procissão dos motoqueiros, no dia 12 de outubro.
As décadas de 1950 e 1960 são caracterizadas como um período de transição, onde Ipanema transformou-se em um bairro residencial, e não apenas de veraneio, como outrora. As margens do Guaíba passaram a ser habitadas por alguns profissionais liberais de sucesso entre a comunidade portoalegrense, conferindo à Ipanema um caráter aristocrático ao bairro. Pelas características balneárias da região, acolheu várias sedes campestres, tais como AABB e Fundação Rubem Berta.
Ainda em 1960 o Bairro perde a sua balneabilidade. O Arroio Capivara – que em 1930 irrigava as plantações – agora enfrentava os efeitos da explosão demográfica desordenada. Desde então, problemas relacionados ao meio ambiente ou são ignorados, ou tratados paliativamente pelas autoridades. Ainda hoje sente-se o mau cheiro em determinados pontos da praia.
A década de 1980 e 1990 ficaram marcadas por atritos de moradores com projetos polêmicos da Prefeitura, alguns sendo engavetados e outros tendo sua execução a passos lentos até o início de 2000. No início de 2004 o Morro do Osso, ao norte do bairro, foi invadido por aproximadamente 25 famílias de índios caingangues, que afirmam ser antigos moradores do local. As imagens a seguir foram capturadas em um dia  útil no inverno, motivo pela qual a praia parece vazia.
Abaixo, o Morro do Sargento (habitado) e o Morro da Ponta Grossa, com vasta mata nativa.
Nas fotos abaixo, uma outra perspectiva do Morro do Sargento.
Quero-quero, pássaro característico dos pampas. Na mesma fotografia, abaixo, Barco Travessia - barco turístico do local -, ancorado na frente do Bar Café e Crepe.
Calçadão da Praia de Ipanema, na Avenida Guaíba.
Algumas das casas do Bairro.
Descida para jet-ski.
Passeio para o Bairro Espírito Santo.
Mais uma foto das residências em Ipanema enquanto espero a lotação.

2 comentários:

O Barco Travessia virou uma vez, quando teve uma tempestade forte. Foi engraçado passar pela praia e ver aquele barco "deitado" de lado. Sorte que foi na margem, onde é rasinho, e de noite, quando não tinha ninguém.

A primeira casa da seqüência, aquela que saiu em duas fotos, é a casa de uma costureira. Quando eu era criança minha vó mandava fazer algumas das minhas roupas lá.

Deve ter dado trabalho desvirar o barco.

Grande abraço!

 
Real Time Web Analytics